Minha filha nasceu com refluxo e passamos seus primeiros meses praticamente sem dormir. Amigos, parentes e pediatra me diziam que esse período mais cansativo iria passar depois de alguns meses, mas eu não conseguia acreditar.
Na minha mente de mãe exausta, parecia uma situação permanente, como se minha qualidade de vida (de sono) tivesse sido definitivamente extinta ao parir. Para minha surpresa, felizmente, eu estava errada e tudo começou gradativamente a ficar mais fácil depois dos primeiros meses.
Quando minha filha entrou na pré-adolescência, todos também me diziam que esse período mais desafiador era uma fase que ficaria para trás. Apesar de racionalmente enxergar que isso realmente aconteceria, já que nessa ocasião eu não estava sob efeito dos hormônios do puerpério, minha sensação era de ter entrado num pesadelo sem fim. Daqueles que quando você acorda, descobre que está dentro de outro pesadelo, e assim infinitamente.
Por sorte, assim como os bebês não costumam chegar na adolescência chorando noites inteiras, os pré-adolescentes também não costumam levar para a vida adulta todas as dificuldades vivenciadas nessa época. O tempo consegue apaziguar tudo, inclusive as revoltas juvenis. Até mesmo as TPMs têm início, meio e fim, então não seria diferente com as dores da adolescência. Resta saber, quais marcas ficarão desse período. Talvez, algumas cicatrizes profundas, que nenhuma tatuagem é capaz de amenizar. Quem sabe, apenas lembranças que vão se apagando lentamente. Ou todo um enorme leque de opções entre esses dois extremos.
Felizmente, já consegui assimilar que as dificuldades da adolescência da minha filha não serão eternas. Resta descobrir quem seremos nós duas quando todas essas questões finalmente ficarem para trás.
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