As atitudes da mãe têm impacto direto na forma como seus filhos agem, quer seja para imitar a progenitora ou para fazer o oposto dela. Dá o mesmo trabalho: ter que ser como alguém, ou ter que ser diferente desse alguém. O grau de importância dado a essa pessoa é o mesmo.
A força do exemplo materno pode ser visto desde a primeira infância, com hábitos de higiene, na forma de falar, etc. Mas é na adolescência que começa a ser notória a influência da forma da mãe se relacionar com seu par romântico.
Algumas progenitoras vivem exemplos de casamentos duradouros e harmoniosos, mas essa não costuma ser a realidade da maioria. Para muitas mães, a construção e manutenção de um relacionamento é entremeada de desafios, alguns intransponíveis.
Nos dois extremos deste mar de dificuldades, existem as que se esforçam para manter o relacionamento a qualquer custo, e as que se entregam de corpo e alma ao objetivo de dar conta de criar um filho sozinha, de forma independente e autossuficiente.
Entre duas posturas tão díspares, existe uma infinita gama de relacionamentos que a mãe pode ter, sejam curtos ou duradouros, com o pai biológico do filho ou não, incluindo ou não o compartilhamento de cuidados com a cria, com alguém do sexo oposto ou não, de forma monogâmica ou não. Em todas as possibilidades, a mãe pode acreditar ser a melhor opção não somente para ela, mas também para os filhos. A única semelhança entre todas essas possibilidades, é que em nenhum dos casos as escolhas e experiências da mãe devem estar sujeitas a julgamentos.
Entretanto, ainda que seja possível não haver julgamentos, são inevitáveis as influências dessas vivências quando o filho adolescente começa a se relacionar de forma romântica e/ou sexual. Neste momento, dependendo do tipo de padrão que o adolescente estiver reproduzindo, ou se esforçando para não reproduzir, é usual que a mãe se questione sobre suas escolhas em sua própria forma de se relacionar com um par romântico. Como se essa fosse a etapa seguinte da culpa materna, que usualmente acompanha a infância da cria.
A maternidade não vem com manual de instruções, assim como a forma de se relacionar ou não com um par. Desta forma, o mais importante é buscar a certeza de estar sempre dando o melhor de si nas escolhas feitas. Mesmo as experiências desagradáveis podem virar aprendizado, tanto para a mãe, quanto para os que a rodeiam, inclusive a cria. Ser mãe já acarreta muita pressão para “acertar” sempre na criação dos filhos, o ideal é não acrescentar os próprios relacionamentos amorosos nessa lista imaginária de cobranças.
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